Burnout? Saiba quais alimentos que ajudam na prevenção

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A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma doença mental que surge devido a grandes cargas de trabalho, pressão, estresse, desgaste físico, emocional e psicológico. Geralmente é devido ao excesso de trabalho, competitividade e/ou responsabilidade.

Alguns profissionais são mais suscetíveis a desenvolver a Síndrome de Burnout, tais como: médicos, enfermeiros, professores, bombeiros, policiais, jornalistas, além de profissionais que desempenham dupla ou tripla jornada. Essa síndrome pode estar mais relacionada às mulheres, já que muitas delas, além da jornada de trabalho, precisam enfrentar uma carga maior, não só de trabalho, mas também emocional nas tarefas domésticas e no cuidado com os filhos.

Dentre os sintomas podem estar: agressividade, irritabilidade, isolamento, ansiedade, depressão, dores de cabeça, cansaço, dores musculares, insônias, distúrbios gastrointestinais, dificuldade de concentração, palpitação, etc. Para ser diagnosticado, o paciente deve procurar ajuda médica.

No entanto, a alimentação pode ajudar no controle e na prevenção do Burnout. Isso porque, tudo o que comemos afeta o nosso sistema nervoso e, consequentemente, nossas emoções. A comida interage com nossas células e bactérias e, ao chegarem no nosso intestino, há um envio de sinais ao cérebro que nos faz liberar hormônios que aumentam ou diminuem o estresse e a ansiedade, ou o bem-estar. Além disso, a alimentação sofre influência de mudanças no estilo de trabalho, estando ainda relacionada ao ganho de peso e ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares.

Algumas pessoas, quando estão mais estressadas, tendem a descontar na comida, ingerindo mais alimentos super calóricos, ricos em açúcar, gorduras e sal, gerando uma carga momentânea de bem-estar que faz a pessoa ingerir ainda mais para obter o prazer de comer. Com o tempo, gera-se mais inflamação, e por serem altamente palatáveis, acabam sendo irresistíveis. A carga inflamatória aumenta em um segundo estágio, podendo desencadear depressão, ansiedade e estresse, produzindo um efeito bola de neve e piorando ainda mais a saúde mental. Além desses elementos, pode ser comum o consumo de bebidas alcoólicas, consumo de tabaco, a diminuição da atividade física, dentre outros, que só agravam o quadro.

Estudos mostram que pessoas com baixos níveis de DHEA, ou deidroepiandrosterona, um dos precursores da testosterona e estrógeno, tem maiores chances de desenvolver burnout. Para isso, tenha uma alimentação rica em frutas, vegetais, carnes magras, alimentos orgânicos, evite o excesso de leites, trigo, carboidratos refinados, açúcares e realize atividade física.

Outro motivo é o aumento da inflamação: para isso, aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, além de grãos integrais e diminua o consumo de alimentos industrializados.

Quando há um aumento da inflamação, há uma diminuição da quantidade de triptofano. O triptofano é um aminoácido essencial, utilizado pelo cérebro com a vitamina B3 — a niacina —, para ajudar o corpo a produzir a serotonina, um neurotransmissor relacionado ao humor e bem-estar, popularmente conhecido como hormônio da felicidade.

Para isso consumir alimentos como: banana, peixes, amendoim, produtos lácteos e vegetais e grãos integrais.

Estudos mostram que o consumo de ômega-3 tem um impacto positivo no esgotamento e na secreção matinal de cortisol, um hormônio envolvido na resposta ao estresse. Para isso, consuma peixes de água fria como o salmão, atum, sardinha, bacalhau, e em algumas sementes, castanhas, óleos vegetais ou faça suplementação. Mas atenção, a suplementação deve ser sempre orientada por um profissional da saúde para não ocorrer risco de complicações.

Além disso, outros elementos que ajudam a diminuir principalmente a inflamação e o estresse oxidativo, incluem: vitamina C (presente principalmente em alimentos cítricos, como acerola, laranja e limão), L-teanina (encontrado em chás, como chá-verde e preto, e alimentos como cogumelos e algas), L-tirosina (encontrado em carnes, ovos, feijão e oleaginosas), zinco (encontrado em carnes, chocolate, oleaginosas e leguminosas como feijão) e magnésio (encontrado em abacate, leguminosas, oleaginosas e peixes).

Alguns fitoterápicos como ginseng, Rhodiola rósea e Withaniasomnifera, também podem ajudar, mas devem ser consumidos com orientação de um profissional de saúde, já que os riscos e benefícios do consumo serão avaliados com base no seu histórico de saúde e doença. Suplementação sem acompanhamento profissional pode trazer altos riscos à saúde.

Portanto, consuma carnes magras, peixes, frutas, verduras e legumes, grãos integrais, evite o excesso de leite e derivados, e evite ao máximo consumir produtos industrializados, ricos em açúcares, sal e gorduras. Faça exercícios e priorize momentos de descanso e lazer e tenha uma boa noite de sono.

Além disso, tente levar uma vida mais tranquila e sem autocobrança.

Referências:

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