Suplementação indispensável em doenças autoimunes

Doença autoimune é um termo genérico utilizado para designar um grupo de doenças onde as células do sistema imunológico atacam o próprio corpo, de forma intensa, destruindo órgãos e outras estruturas saudáveis por engano.

Assim, há uma confusão entre as próprias proteínas do corpo com agentes invasores e nocivos (como vírus e bactérias), passando a atacar as próprias células do corpo. Ainda não se sabe ao certo o motivo pelo qual o sistema imune leva o organismo a produzir um ataque contra si mesmo. Existem mais de 50 tipos dessas doenças e as mais conhecidas são: lúpus, artrite reumatoide, Diabetes tipo I, esclerose múltipla, vitiligo, doença de Crohn, doença celíaca e psoríase.

Assim como os sintomas, os tratamentos, podem variar conforme a doença. Ainda que não exista cura para tais doenças, estudos mostram que mudanças na dieta e no estilo de vida, além de suplementação de alguns componentes alimentares, podem auxiliar na redução dos sintomas e na progressão das doenças, além de evitar o agravamento do quadro.

Dentre a suplementos mais indicados temos:

  • Vitamina D: A vitamina D tem ação imunomoduladora, ou seja, ela ajuda no equilíbrio e na regulação das células e dos componentes do sistema imune, cujo efeito principal está a regulação da inflamação. Pessoas com deficiência dessa vitamina tem maior chance de desenvolver problemas no sistema imune e doenças autoimunes.
  • Vitamina E: Tem ação antioxidante e está presente na membrana de todas as células, e as células do sistema imunológico contêm níveis particularmente elevados de vitamina E, que as protege de danos oxidativos. Ela também ajuda na regulação da inflamação, nas funções e atividades das células imunes.
  • Glutamina: Esse aminoácido consegue estimular as principais células do sistema imune, regular a infamação e o estresse oxidativo. Além disso, ela fornece combustível para o metabolismo, regulando a proliferação celular, reparando e mantendo as funções da barreira intestinal (essencial para evitar o aumento da inflamação pela passagem de bactérias nocivas pelo intestino). Assim ela pode modular o risco ou progressão da doença.
  • Compostos antioxidantes: O estresse oxidativo causado por diversos processos, como alimentação, poluição e envelhecimento, aumentam a inflamação e alteram a resposta imunológica. No caso do envelhecimento, também diminui a capacidade de distinguir o que é nosso ou não, aumentando a chance de desenvolver doenças autoimunes. Compostos antioxidantes como o resveratrol (presente na uva e frutas vermelhas), curcumina (presente na cúrcuma) e a epigalocatequina-3-galato (presente no chá-verde) têm múltiplas funções, como: inibição da inflamação, do estresse oxidativo, infecção e o envelhecimento, contribuindo para a regulação do sistema imune e melhora a progressão de diversas doenças autoimunes. No entanto, é importante ressaltar que o uso de compostos ativos purificados em doses mais altas para fins terapêuticos requer extrema cautela.
  • Zinco: Esse mineral está envolvido na comunicação, proliferação, diferenciação e sobrevivência celular, na regulação do sistema imune com papel na inflamação. A deficiência de zinco a curto prazo altera a imunidade, e a longo prazo, gera aumento da inflamação. Assim, uma suplementação e níveis adequados desse elemento pode reduzir o quadro de um grande número de doenças inflamatórias, incluindo as autoimunes, aumentando a atividade antioxidante e atenuando lesões nos tecidos. No entanto, o consumo excessivo pode trazer reações adversas.
  • Probióticos: micro-organismos vivos que pode diminuir a inflamação de múltiplos órgãos. Quando há uma grande inflamação e um grande número de bactérias nocivas à saúde, há um início de desenvolvimento de doenças autoimunes, já que elas comprometem a barreira intestinal. O uso de probióticos pode, portanto, equilibrar a qualidade das bactérias intestinais, regular a barreira intestinal e diminuir a inflamação, ajudando a alterar o curso de doenças autoimunes em indivíduos suscetíveis. No entanto, é importante consumir um probiótico específico para auxiliar em cada caso.
  • Ômega-3 (EPA e DHA): Encontrado em peixes de águas profundas, o ômega-3 possui potentes propriedades anti-inflamatórias, diminui a produção de espécies reativas de oxigênio, além de alterar mecanismos das células imunes, o que ajuda na regulação e equilíbrio da imunidade, sendo clinicamente relevante em relação aos distúrbios autoimunes, reduzindo a incidência e a gravidade.

Apesar dos grandes benefícios gerados pela suplementação de Vitamina D e E, glutamina, compostos antioxidantes (como resveratrol, curcumina e epigalocatequina-3-galato), zinco, probióticos e ômega-3, é importante ressaltar que deve haver uma indicação e acompanhamento de um profissional de saúde como um médico ou nutricionista para não haver prejuízos na saúde por excesso de suplementação, gerando um maior agravamento do quadro, e risco de desenvolver diversos outros problemas.

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