Adoçante: será que vale a pena para emagrecer?

melhor adocante para emagrecer estima nutricao

Os adoçantes são produtos desenvolvidos para indivíduos que queiram seguir dietas de emagrecimento, ou que tenham alguma condição onde a restrição de açúcar é necessária, como é o caso dos diabéticos.

Como está cada vez mais presente na mesa da população, as indústrias têm feito um esforço crescente para serem seguros e com sabor agradável.

O ser humano tem uma preferência inata pelo doce desde a antiguidade, e isso é quimicamente demonstrado no nosso corpo, já que o consumo de açúcar ativa alguns neurônios e libera a produção de endorfinas. Isso proporciona uma sensação de prazer e bem-estar momentâneas, diferentemente dos adoçantes artificiais que não promovem essa estimulação neuronal. Porém, o adoçante ativa o mesmo sistema de detecção de sabor, os receptores nas papilas gustativas, fazendo com que nós fiquemos viciados no sabor doce.

Apesar de possuírem valor calórico muito inferior ao açúcar e de serem considerados seguros, o consumo dos adoçantes pode aumentar a vontade em consumir doces. Ao estimular o sabor doce pelas papilas, o organismo se prepara para receber o açúcar e o metabolizar, e quando identifica que não houve o consumo de açúcar, aumenta o apetite por doces e pode causar uma compulsão por carboidratos e alimentos altamente calóricos, contribuindo para o ganho de peso.

Estudos demonstram que o consumo excessivo de adoçantes tem sido relacionado ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2, além de alterações do comportamento alimentar.

Isso acontece porque o consumo de adoçante gera um desequilíbrio na microbiota intestinal, aumentando inflamação, podendo causar como efeito colateral: dor de cabeça, mal-estar, perda de humor e diarreia.

Pesquisadores mostraram que quando consumidos por crianças, os adoçantes podem alterar o paladar e causa efeitos indesejados.

Portanto, apesar de seguros e de serem utilizados como opções para quem deseja perder peso, o adoçante estimula o paladar para alimentos cada vez mais doces. O ideal é que, gradualmente, a ideia de precisar consumir tudo adoçado seja transformada na opção de sentir o gosto real dos alimentos e acostumar com todos os sabores: salgado, doce, amargo e azedo.

Com uma dieta saudável, o consumo de adoçantes pode ser totalmente desnecessário e você pode saborear uma alimentação balanceada, saudável, que te ajudará a atingir seus objetivos, e sobretudo, prazerosa ao paladar.

Referências:

CANAL, Lourdes Benelli. Avaliação do consumo de adoçantes e alimentos dietéticos pela população adulta.

CREDIDIO, E. Alimentos funcionais. Associação Brasileira de Nutrologia, 2007. Disponível em: Acesso em: 20 jun. 2016.

DONEDA, Divair; KOMEROSKI, Marina Rocha. ADOÇANTES: USO CONSCIENTE. Salão de Extensão (16.: 2015: Porto Alegre, RS). Caderno de resumos. Porto Alegre: UFRGS/PROREXT, 2015., 2015.

DOS SANTOS ANDRÉ, Maria Beatriz; DE ANDRADE LEÃO, Pérola; REZENDE, Maria Angélica Martins Lourenço. ASSOCIAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ADOÇANTES DIETÉTICOS, COMPORTAMENTO ALIMENTAR E PESO CORPORAL DE ADULTOS. ASSOCIAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ADOÇANTES DIETÉTICOS, COMPORTAMENTO ALIMENTAR E PESO CORPORAL DE ADULTOS, p. 1-388–416.

LOPEZ, Ana CM et al. PERCEPÇÃO DE SABOR: UMA REVISÃO. Visão Acadêmica, v. 12, n. 1, 2011.

SILINGARDI, K. P. UTILIZAÇÃO DE ADOÇANTES ARTIFICIAIS NA INFÂNCIA.

SILVA, Bruna Gonçalves da et al. Efeito do consumo crônico do adoçante natural stevia (S. rebaudiana Bertoni) sobre parâmetros metabólicos e atividade mitocondrial do tecido adiposo branco de camundongos obesos hiperalimentados durante a lactação. 2019.

TAN, Hwei-Ee et al. The gut–brain axis mediates sugar preference. Nature, v. 580, n. 7804, p. 511-516, 2020.

VIEIRA, Carlos Alberto et al. Adoçantes dietéticos na alimentação de ratos: uma abordagem histológica e bioquímica Dietary sweeteners in rat nourishment: a histological and biochemical approach.

ZANINI, R. V. Prevalência de utilização de adoçantes dietéticos: um estudo de base populacional. 2010. Tese de Doutorado. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pelotas. Rio Grande do Sul.

Gostou do conteúdo? Compartilhe!

plugins premium WordPress
× Entre Em Contato!