O Sistema IF RatingTM foi proposto por Monica Reinagel em 2005 como um método que indica os efeitos inflamatórios ou anti-inflamatórios de alimentos e combinações de alimentos. O seu nutricionista consulta a classificação dos alimentos e monta seu cardápio. A ideia não é excluir alimentos, e sim equilibrar todos esses alimentos para que ao final do dia, você esteja consumindo mais alimentos anti-inflamatórios.
Alimentos inflamatórios e anti-inflamatórios
O sistema funciona a partir de uma pontuação onde os alimentos inflamatórios têm pontos negativos, enquanto os anti-inflamatórios, pontos positivos. Ao final você soma todos esses pontos. Essa classificação considera o potencial de inflamação do alimento como, índice glicêmico, compostos anti-inflamatórios, vitaminas, minerais, antioxidantes, ácidos graxos essenciais, quantidade e tipo de gordura.
A inflamação é um fator-chave na obesidade, pessoas com excesso de peso ou com doenças crônicas estão altamente inflamadas porque há altos níveis de proteínas inflamatórias circulantes, que são secretadas especialmente pelas células de gordura (adipócitos).
Fatores genéticos e a inflamação
Além disso, os altos níveis de inflamação podem ser decorrentes de fatores genéticos, hipersensibilidade alimentar, função intestinal, história clínica, história de vida e/ou hábitos alimentares, que podem aumentar o risco dessas pessoas em desenvolverem outras doenças, e não só a obesidade.
Quando nos alimentamos com alimentos com elevada carga glicêmica, desequilíbrio no consumo de ácidos graxos ômega 6 em relação ao ômega 3, deficiência de vitamina D, falta de compostos bioativos e antioxidantes na alimentação, também levam a ativação dos fatores que aumentam a inflamação. Assim, para controlar o peso e diminuir o risco de desenvolver outras doenças como diabetes e doenças cardiovasculares é muito importante diminuir a exposição prolongada e contínua a alimentos pró-inflamatórios.
Dietas, carboidratos e calorias e o fator de inflamação
Diferente das dietas tradicionais, você não precisa mais se preocupar em escolher os tipos certos de carboidratos ou gorduras, ou até mesmo contar calorias — a classificação combina todos esses fatores de forma simples.
Mas ainda é necessário que você consuma uma dieta com calorias, vitaminas e minerais em quantidades e qualidade adequada para você, por isso, o nutricionista é tão importante.
Vegetais podem ter ação inflamatória?
Para leigos, esse sistema pode ser confuso, já que vegetais, considerados saudáveis, também podem ter ação inflamatória.
No entanto, é importante lembrar que a inflamação tem o papel de proteger nosso organismo, porém, se em alto nível, ela é extremamente prejudicial. Por isso é tão importante equilibrar esses alimentos de forma adequada, não retirando alimentos inflamatórios, mas adequando na quantidade certa.
Você já pode começar utilizando estratégias com melhores hábitos alimentares, com maior consumo de vegetais e baixo consumo de: cereais refinados, alimentos ultraprocessados (industrializados), leite e derivados (principalmente os integrais), carne vermelha, refrigerantes, doces, diminuindo o uso de óleos e açúcares de adição, entre outros, como maior consumo de água e prática de atividade física.
Referências:
De Oliveira, C. B. C et al. Obesidade: inflamação e compostos bioativos. Journal of Health & Biological Sciences, v. 8, n. 1, p. 1-5, 2020.
Drescher, W. H. et al. Perfil nutricional e inflamatório de indivíduos com presença e ausência de síndrome metabólica. 2019.
Nicklas, B. J.; YOU, T.; PAHOR, M. Behavioural treatments for chronic systemic inflammation: effects of dietary weight loss and exercise training. Cmaj, v. 172, n. 9, p. 1199-1209, 2005.
Prado, W. L. do et al. Obesidade e adipocinas inflamatórias: implicações práticas para a prescrição de exercício. Revista brasileira de medicina do esporte, v. 15, p. 378-383, 2009.
Reinagel M. IF Rating ™ of Common Foods. 2022. Disponível em: https://inflammationfactor.com/diet-and-inflammation/